resma de folhas brancas. Pegue algumas, examine-as, uma por uma, controle a marca d’água contra a luz. Depois dobre em quatro e coloque no bolso interno do seu paletó. E feche bem o botão!”. Obedeci, e depois voltei ao meu lugar. Rol não se mexeu do seu. Por um momento inclinou a cabeça para traz, “escreveu” no ar com seu lápis famoso entre os freqüentadores revestido de bambu. Súbito depois me disse de tirar do paletó as folhas brancas que eu tinha controlado uma a uma e que só eu tinha tocado. Na folha mais interna estava escrito, a lápis, a resposta da minha pergunta: “Seria uma beneficência feita sem sacrifício, portanto não teria algum valor (aqui uma palavra indecifrável, n.d.r.) do espírito de Rol”.
Ele quer que eu lhe entregue as folhas: com o mesmo lápis (ainda que em letra mais escura) e com a mesma caligrafia era inconfundivelmente a sua aquela que “apareceu" de repente no meu bolso, como se a grafite tivesse se depositado vindo do ar escreveu: “Propriedade do doutor Vittorio Messori, 11 de abril de 1989. R”. O enrolou e me entregou “como recordo"».
Em 1993 Giuditta Dembech publicou o segundo volume de Torino città mágica, editora l’Ariete.
Um amplo capitulo é dedicado a Gustavo Rol. Abaixo segue um trecho.
Esta falando Rol:
«Tullio Regge [candidato ao prémio Nobel pela fisica] veio me visitar, estava acompanhado da esposa, de um professor de medicina, muito famoso, e de uma outra pessoa. Eles trouxeram umas cartas, nunca é utilizada nada meu. Durante o desenvolvimento do experimento me fizeram estar com as mãos atrás das costas da minha cadeira. Não toquei nada. Regge embaralhou as cartas deixando-às escondidas debaixo da mesa. Eu lhe disse: “Pense em uma carta. Só pense, não a procure”.
“Pensei”.
“Agora coloque o seu maço sobre a mesa”.
“Posso mudar a carta que eu já tinha pensado?”. “Posso escolher uma outra?”.
“Sim, pode mudar”.
“Pronto, escolhi uma outra”.
“Embaralhe de novo as suas cartas”. Eu estava sempre com as mãos atrás das costas da cadeira.
“Agora coloque as cartas sobre a mesa e corte no ponto que o senhor preferir.”
Saiu um às de paus.
“É aquela que eu pensei depois... Faça de novo, por favor!”.
“Não posso refazer, eu não sou Deus que pode repetir ao infinito. O experimento aconteceu, mas eu não posso refazer-lo...”.
“Mas eu não posso admitir isso. Precisaria que se fosse examinar por um prestigiador, ser certo que nós não fomos sugestionados, ou que o senhor tenha feito alguma coisa cuja nós não percebemos... Cientificamente eu não posso admitir uma coisa símile.
Comenta Dembrech:
«Se tem uma coisa que irrita profundamente Rol, é justamente isso, pedir que ele seja seguido por um prestigiador, é um argumento que o irrita muito. Qualquer experimento que sai das suas mãos, é obtido através da intervenção do espírito, de uma força superior, extra-humana; por que encontrar-se diante de profissionais de truque e ilusão? O que poderia conhecer a não ser truques e enganos? Alguns anos atrás, Silvan [un prestigiador italiano] lançou através de um popular programa de televisão um desafio a Rol: “venha aqui, somos capazes de refazer com truque cada um dos seus experimentos...” Algum tempo antes, ao invés, em privado, o mesmo Silvan telefonou a Rol pedindo-o de revelar-lhe o segredo para produzir os seus fenômenos só com os poderes do espírito. Talvez se sentisse ressentido com a resposta?».
Em 1995, ano sucessivo à morte de Rol, saiu o já citado livro do jornalista Remo Lugli, provavelmente o mais completo em riqueza de dados e historias, e pela fidelidade pela qual é reproduzido um grande número de experimentos. Aqui estão alguns:
Testemunho do Prof. Diego de Castro, ex-diretor do Instituto de Estatística da Universidade de Turim [artigo de La Stampa do 20.08.1978]:
«Rol, em plena luz, aproximadamente as 13 h, fez esse experimento na casa do meu sogro, onde fui convidado para um café da manhã. Não na sua casa. Pegado por mim, por acaso, um livro entre uns trinta volumes igualmente encadernados: 3 cartas do maço que tinha em casa, escolhidas por mim, para determinar o número da página, me fez colocar o livro sobre o peito e entoar uma espécie de lengalenga (oh, oh, oh) por alguns segundos. Não tocou nenhuma vez o livro que era de Victor Hugo. Disse em francês (traduzo): “Os valentineses dormiam com os seus ursos”. O primeiro verso da página escolhida com as cartas dizia: “Os valentineses dormiam com os seus ursos”. O livro não saiu das minhas mãos em nenhum momento, a sua escolha e a escolha da página foram ocasionais: eu ignorava que livro fosse. Truque? Peço explicação até porque repetimos o experimento com um livro alemão e um italiano, com os mesmos resultados».
Testemunho do Sr. Aldo Provera, empresário, caro amigo de Rol e seu executor testamentário:
(No cassino de Menton) «... Atravessando as salas parávamos alguns minutos nas várias mesas para pelo menos assistir a uma jogada e enquanto o croupier fazia girar a roleta, Gustavo escrevia um número em uma folha e colocava na minha mão: “espera um momento”, dizia. E quando a bolinha entrava na sua casa, eu olhava a folha: inacreditavelmente a previsão coincidia. “Não erro porque não jogo”, comentava».
[Prof. Ferrucio Fin] «Éramos seis, no meu apartamento de C.so Matteoti. Colocamos nas mãos de Rol um raminho que pegamos de um vaso e ele jogou contra a parede. O ramo não caiu, desapareceu. Fomos ao cômodo ao lado, do outro lado do muro: o ramo estava em cima de um armário que estava de encontro à parede».
[Prof. Guasta] «Uma noite, nos anos 80, Rol veio na minha casa, na colina de Turim. Éramos ele, eu e Marisa. Pegou um maço de cartas e disse: “Olhem: agora vocês verão inchar-se porque eu quero que uma carta e outra não se gire”. Controlamos o maço: estavam todas giradas no mesmo sentido. Embaralhamos o maço e o colocamos na mesa e Rol passou a mão por cima, mas sem tocar-lo. O maço se inchou, levantando-se mais de um centímetro e depois, pouco a pouco se abaixou. O controlamos de novo e uma carta sim e outra não estava girada. Refez o experimento varias vezes, enfim disse: “Fazemos a seguinte prova: colocaremos em cima uma garrafa de modo que não se possa inchar”. Assim o fez: o maço permaneceu compresso, mas no final, quando fomos controlar, constatamos que as cartas que deviam girar, giraram mesmo com a garrafa em cima.
Disse Lugli: «Nos anos 80, quando Guasta tinha um consultório de dentista em Turim, no Corso Fiume, (distante menos de um quilometro em linha reta do apartamento de Rol), às vezes Gustavo, à tarde, ligava para ele para conversar. Talvez ele tivesse muitos clientes na sala de espera, mas o prazer de falar com o amigo era tal, de não o fazer recusar a conversa. “E das conversas”, disse Guasta, “era feliz que Rol propusesse de passar aos experimentos. Dizia-me de pegar um maço de cartas e de tentar jogar-lo como sempre fazia ele, de modo que todas as cartas se distribuíssem em linha reta. “Queres que uma carta esteja girada?”. Diz-me qual”. Eu dizia, por exemplo, o cinco de ouro que aparecia em vista. Era uma emoção estupenda. Mas não podia me iludir: eu fazia só o gesto, quem comandava era ele, através da nossa ligação telefônica e não errava nenhuma vez”».
«[Um dia] Gustavo me disse: “Tu agora te preparas para lançar um maço de cartas e pensas em uma carta, mas não me digas que carta é. Quando tu a escolher, lanças”. Pensei no às de copas e depois lancei e o às de copas saiu girado. Rol do outro lado do fio era contente, ria. Depois, quando terminamos a ligação, naturalmente me obstinei muito tentando outros lances pensando que uma carta se girasse, mas em vão».
Sempre em 1995, saiu Rol, oltre il prodigio, editora Gribaudo, de Maria Luisa Giordano, sua amiga por diversos anos. Assim, conta de quando, no Natal de 1978 foi encontrar-lo na companhia de sua mãe e da irmã de Rol, Maria:
«Depois de conversar um pouco, me perguntou se eu queria um chocolate, respondi que não, em tão me disse: ”Gostarias de duas cerejas?”: Comecei a rir, não era o período. Fiquei sem palavras: depois que Rol se concentrou por um momento, em cima da mesa apareceram duas cerejas fresquíssimas, e muito gostosas. No mesmo momento, diante da sua irmã Maria apareceram nozes e avelãs. Depois recebeu uma ligação de uns amigos que estavam na Costa Rica e que ligaram para desejar um Feliz Natal, quando ouvi ele dizer: “Mandem-me algumas bananas”. De repente sobre a mesa diante da minha mãe apareceram duas bananas. Quando Rol terminou a ligação e retornou na sala ficou surpreso como nós, tinha uma expressão divertida».
«Era julho, fazia muito calor. Estávamos em um pequeno hospital chamado Koelliker com um paciente. Os médicos responsáveis deram a Rol uma receita para ele ler. Infelizmente Gustavo tinha esquecido os óculos em casa: “Os vejo disse os vejo, estão em cima da minha penteadeira ‘retour d’Egypte’, no meu escritório”. A janela do quarto estava aberta e de repente não só eu, mas todos os outros médicos, vimos chegar os seus óculos, que vibrando no ar, se colocaram no seu paletó. Sem dar importância a isso, com muita desenvoltura, os pegou e começou a ler a receita e nós estávamos todos a observá-lo atônitos».
«Uma vez fomos com Gustavo em um restaurante o qual nós nunca tínhamos ido. Assim que entrou, perguntou à proprietária do local, que estava atarefada servindo os clientes: “Onde a senhora passou as férias no verão passado?”. A senhora não lhe respondeu porque tinha muito o que fazer, pelo contrario, fez um gesto de impaciência. “Digo-lhe eu, então” disse Rol “abra o pano que a senhora tem no braço”. Ela pegou o pano, o abriu; e no interno tinha escrito o lugar e a data das férias da senhora. “Mas quem é o senhor? Eu tenho medo”. Exclamou assustada».
Em 1996, saiu o livro do Prof. Giorgio de Simone, Oltre l’umano. Gustavo Adolfo Rol, editora Revertido.
Aqui estão alguns experimentos:
«Como sempre Gustavo não tocava nunca as cartas. Em um certo momento, cada um de nós (e éramos onze!) embaralhou cuidadosamente seu próprio maço de cartas depois que o sensitivo nos fez escolher de comum acordo a carta alvo. Aquela vez concordamos que seria o 9 de ouro. Cortados os onze maços, os mesmos foram colocados sobre um tapete verde, diante de Rol que não fez outro que cobrir-lhes com as bordas do mesmo tapete, de modo que na sua direção o tapete estivesse fechado, enquanto restava obviamente aberto e dobrado sobre as cartas, na nossa direção. E aqui aconteceu um dos fenômenos mais espantosos da série, um fenômeno que, ao quanto parece, poucos viram, pelo menos de maneira tão clara e evidente, em baixo da plena luz de um gigante lustre: Gustavo passou as suas mãos sobre os onze maços cobertos pelo tapete verde, mas sem que viessem minimante tocados. As suas mãos se moviam a 3, 4 centímetros a cima do tapete e depois de alguns segundos, todos percebemos que em baixo do tapete os maços de cartas também se animavam. Os passos (magnéticos?) de Rol duraram pouquíssimo e a linha formada pelos onze maços cobertos, parecia viva, se mexia como se fosse atravessada por uma onda invisível. Acabado o dinamismo das cartas e levantado a ponta do tapete que as cobria, nós mesmos constatamos que o 9 de ouro se era efetivamente e «obedientemente» transferido ao inicio de cada maço, como primeira carta (...). Eu, ao invés, não fui testemunha de um fenômeno similar ocorrido, parece, no âmbito da Cúria arcebispal napolitana, quando foram exatamente 111 (cento e onze!) os maços de cartas que terminaram o experimento com as primeiras cartas iguais».
Assim conta um dos presentes a um encontro de experimentos: «Depois que, eu devia tirar fora de cada maço uma carta de um certo valor e naipe (não me lembro mais qual), entre o meu pasmo e desorientação vi que as cartas saltavam sozinhas fora do maço, assim (faz o gesto) uma atrás da outra, e naturalmente se mexiam só aquelas procuradas e requisitadas, e se organizavam com queria Rol!!...».
Conta Di Simone: «Me disse de segurar, depois que eu embaralhei dois maços de cartas com o dorso para cima, um por um. Disse-me de escolher mentalmente uma carta e eu escolhi o às de copas (escolha banal, mas esteticamente agradável). Disse-me então de lançar as cartas dos dois maços, de modo tal para formar um X. Obedeci: veio fora a milésima maravilha: ao encontro daquele X, enquanto todas as outras cartas permaneceram cobertas, os dois às de copas apareceram bem em vista!».
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mas aquilo me assustava. Corri para pedir ajuda ao doutor, que imperturbável, continuava a pintar: “Ah, sim”, me dizia, “não é nada Bergandi, "significa que não estamos sós, não tenha medo”. E então retornava a normalidade».cela signifie que nous ne sommes pas seuls, n’ayez pas peur». Et ensuite tout redevenait normal.»
«...Eu estava na varanda com um ferreiro que estava fazendo um trabalho com uma marreta na mão. Naquele momento o doutor chegou. Brincando disse ao ferreiro: “O senhor sabe que o doutor pode fazer passar a caixinha dos ferros através da parede?”. O ferreiro sorriu curioso e incrédulo. Então Rol se fez dar a marreta e fez o gesto de jogá-la contra a parede. A marreta desapareceu, fomos até o ingresso, foi parar em cima da poltrona vizinha a estatua de Napoleão. Tinha passado através três paredes».
«Uma noite, eu devia ajudar o doutor a levar um quadro ao carro de uma senhora que tinha ido visitar-lo e que depois queria dar-lhe uma carona. Os acompanhei até o Topolino da senhora, que estava estacionado na rua. A senhora estava incomodada e lhe disse: “Sinto muito, o carro é pequeno demais, pode ficar bem por o professor Valletta, o senhor não consegue entrar”. “Não se preocupe senhora”, lhe respondeu o Dr. Rol, “se resolverá tudo”. De repente virou baixo e insignificante e pôde entrar no carro com desenvoltura. Empalideci, as minhas pernas tremiam».
«Uma outra vez eu tinha que ir a uma loja que vendia no atacado para comprar uma lâmpada. O doutor me disse de pegar o bonde número 16: “Mas”, me disse, “não pegue o primeiro que passar porque terá as portas que não poderão se abrir”. Fui até a parada e fiz como ele tinha dito: o bonde número 16 realmente chegou cheio de passageiros que xingavam e batiam nos vidros porque as portas estavam bloqueadas».
Continua a Giordano: «A princesa Maria Beatrice de Savoia citou esse interessante testemunho: “Nos anos 30 [no 1938] minha mãe [Maria José, rainha da Italia] colocou Rol a prova para encontrar um colar de diamantes que tinha desaparecido do cofre do Quirinale. Chamou-o ao telefone e ele em poucos minutos resolveu o mistério: ’Está na terceira gaveta a esquerda da escrivaninha no átrio do seu quarto’. Era verdade: alguém, depois que mamãe chegou de uma visita ao Vaticano, colocou ali o colar, com intenção de recolocar-la ao seu posto no dia seguinte e depois se esqueceu”.
Em 2000 saiu um outro livro sobre Rol. Trata-se de Gustavo Rol. L’uomo, la vita, il mistero, editora Età dell’Acquario, do jornalista Maurizio Ternavasio. O escritor foi o primeiro a escrever uma biografia sobre Rol sem conhecer-lo. Esse livro é uma discreta síntese de tudo o que já foi dito em precedência. Recolhe, de qualquer modo, alguns testemunhos inéditos de seguro valor documental. Entre estes, em particular, importante é aquele do Dr. Carlo Buffa di Perrero, um profissional que, entre outras coisas, é também um prestigiador. Assim o apresenta Ternavasio:
[Carlo Buffa di Perrero] «foi, junto com o pai, um dos fundadores do clube Amigos da Magia [um clube de prestigiadores], e também amigo de família de Gustavo. As respectivas casas de campo, ambas situadas na província de Turim, estavam distante poucos quilômetros uma da outra. Entre a metade dos anos 60 e 70 acontecia frequentemente que os dois núcleos se encontrassem em Cavour na casa Buffa ou em San Secondo, na casa Rol, ou no apartamento da irmã Maria, que morava no Corso Galileo Ferraris em Turim, para dar livre saída às respectivas capacidades, que também tinham uma base profundamente diversa».
[Disse Buffa]: «Uma noite na casa da Maria, Gustavo perguntou: “O que você gostaria que eu fizesse com esse maço de cartas?”. E eu, depois de pensar não pouco, respondi: “Desejo que todas as cartas apareçam rasgadas”. Sabe-se que, como uma resma de papel, não é absolutamente possível reduzir em tal modo um inteiro maço com um único movimento, ainda por cima em uma fração de segundos. Então, depois de alguns minutos, Gustavo pegou o maço embalado que tinha na sua frente e me entregou ainda fechado, dentro da sua caixa original, para que eu o abrisse: e então, todas as cartas estavam rasgadas na metade. Conhecendo bem os truques desse tipo de jogo, sou certo que não se é tratado de uma ilusão produzida por um prestigiador. Nenhuma técnica de ilusionismo pode explicar, avaliar ou justificar um fenômeno do gênero. Se quando eu era jovem, era um pouco cético sobre aquilo que se dizia sobre ele, desde então mudei de idéia completamente.
Citamos ainda o seguinte texto de Buffa (existem ainda outros), de modo que os céticos anotem...
«”Diante de Gustavo, a minha atenção era sempre ao nível máximo, pronta para focalizar sobre cada pequeno particular. Entre outro, em mais de uma ocasião, fui encarregado pelo clube mágico do qual faço parte, de desmascarar quem declarava possuir poderes ocultos, mas que na verdade era um simples ilusionista. E obviamente esse não era o caso de Rol”».
2003 foi o ano mais prolífico de biografias sobre Rol. Em ocasião do centenário do seu nascimento celebrado em 20 de junho daquele ano, escritores e editoras aproveitaram a data para publicar novos textos. Renzo Allegri publicou Rol, il grande veggente, editora Mondadori, versão atualizada do seu texto anterior de 1986. Entre as novidades desse texto, estão alguns prodigios inéditos contados por Giuditta Miscioscia, pessoa que conheceu e freqüentou Rol a partir dos anos 70 e que hoje, como então, manifesta algumas possibilidades na esfera mediúnica (mas de tipo diferente em respeito daquelas de Rol e dizendo “esfera mediúnica” entendemos identificar a tipologia):
«Muitas vezes Rol usava as suas misteriosas intervenções para divertimento. Era uma pessoa divertida, brincalhona e gostava de divertir as pessoas que o estavam vizinho. Éramos hóspedes de uma das casas mais bonitas de Turim. A dona tinha apenas comprado uma grande pia batismal de mármore, em um bloco único, uma daquelas que se encontravam nas igrejas medievais. Tinha transformado-a em um belíssimo jarro de flores e a tinha colocado em um ângulo da sala. Mostrou-a para Rol com orgulho. Rol era um grande especialista em antiguidades. “É linda”, repetia observando-a atentamente e girando ao seu redor. “Quanto pesa?”, perguntou em um certo momento. O tom alegre da voz com que fez a pergunta, me fez entender que ele tinha intenção de divertir-se. “Não sei exatamente quanto pesa”, respondeu a senhora, “mas para colocar-la naquele ângulo, trabalharam por diversas horas cinco operários”. “Oh não”, disse Rol, “não é possível que seja pesada assim”. E dirigindo-se na minha direção disse: “Da-me a mão”, depois se avizinhou da minha orelha e sussurrou: “Agora lhe fazemos uma brincadeira”. Eu queria impedir-lo, porque tinham personalidades importantes naquela casa, mas Rol já tinha começado. Pegou a minha mão e a apertou forte. Lembro-me que provei uma sensação estranha, parecia que faltava o equilíbrio, e estava transtornada porque me via contemporaneamente em duas situações diferentes: eu estava sentada no meu lugar vizinho a Rol, mas ao mesmo tempo me via que, segurando a mão de Rol, eu estava com ele vizinho a pia batismal e a empurrava. A pia batismal deslizava pelo piso como se fosse de papel maché. Não fazia nenhum esforço para mover-la, andava como se tivesse rodinhas. Evidentemente Rol tinha provocado para si mesmo e para mim uma “duplicação”. Tínhamos saído dos nossos corpos e, em astral, empurrávamos a pia batismal pela sala. Todos olhavam assustados. A dona da casa estava desesperada. “Pronto, feito”, disse Rol rindo. E com aquelas palavras tive a impressão de reentrar em mim mesma. Rol sussurrou na minha orelha em dialeto piemontês: “Gostou?”. “Não entendo nada”, respondi, “parece que estou bêbada”. E ele enquanto isso, ria divertido. A dona da casa, assustadíssima e sempre desesperada, estava vizinha a pia batismal e dizia: “Mas como pôde acontecer? Não é possível, ninguém consegue mover-la. Como o senhor fez para passar por cima dos tapetes sem arruíná-los?. É incrível!”. Girava ao redor da pia batismal, observando-a em cada parte. Depois se dirigiu a Rol e disse: “E agora, quem a leva ao seu lugar?”. “Não se preocupe”, respondeu Rol, “ajeitamos nós”. Pegou de novo a minha mão e vi a mesma cena de pouco antes: nós dois parados nos nossos lugares e contemporaneamente que andávamos na direção da pia batismal e começamos a empurrar-la pela sala. Mas Rol parou no meio da sala. “Agora a deixamos aqui”, me disse rindo. “Não, pelo amor de Deus, afunda o pavimento”, o respondi. Mas ele já tinha decidido. Nós reentramos nos nossos corpos , e a pia batismal ficou ali, no meio da sala. No dia seguinte a senhora teve que chamar os trabalhadores para que a colocassem no ângulo. “Como a senhora fez para mover-la?”, a perguntaram maravilhados. “Não lhes posso dizer”, respondeu a senhora, “se não vocês me chamariam de louca”.
«Um dia, alguns anos antes de morrer, brigamos. Acontecia frequentemente, porque eu também tenho um caráter forte. Os primeiros dias da Semana Santa ele veio me visitar: “Não posso passar a Páscoa com raiva de ti”, me disse. Depois perguntou: “Tu tens alguns ovos?”. “Sim”, respondi. “Podes me dar doze?”, perguntou. “Fazem-te mal”, disse. “Na tua idade não deves comer ovos”. “Não, não te preocupes, pega doze”. Peguei os ovos na geladeira. “Agora coloca em ordem em cima da mesa dividindo em três grupos de quatro cada um”, disse Rol. Não entendi a razão daquele pedido, mas fiz o que ele pediu. Ele olhava com um sorriso malicioso. “Certo, agora diz forte ‘oppi, oppi’, como quando tu fazias quando eras criança quando brincavas com os soldadinhos”. Eu tinha vontade de rir, até porque não me lembro de ter jogado com o soldadinhos, mas o contentei. ‘Oppi, oppi’, comecei a dizer, e aquelas minhas palavras pareciam que estavam liberando uma força mágica. Os doze ovos, divididos em três grupos, começaram a mover-se na mesa como se estivessem vivos. Rodavam em volta deles mesmo, e com as suas formas irregulares, se levantavam e se abaixavam como se estivessem marchando. Empalideci. Rol ria e me incitava: “continua, continua, avante, oppi, oppi”. “Oppi, oppi, oppi” eu continuava a repetir e os ovos começavam a marchar. Quando chegaram ao final da mesa, parei de dizer a cadencia e eles pararam. “Viu como são inteligentes”, disse Rol. “Agora, prepara-te um omelete”. “Não, não”, respondi um pouco amedrontada; “dentro talvez tenha um pintinho vivo”. E os joguei fora.
«Voltávamos de Savona em direção Turim, de carro, na rodovia. Chegando ao trecho do Turchino paramos em um restaurante para almoçar. Na mesa ao lado tinha um casal. Ela era gorda, enorme. Estavam já no sorvete. Deviam ter comido muito e a senhora tomava o sorvete lentamente, com dificuldade, porque já estava sacia, mas se notava que ela gostava muito de sorvete. Rol a olhava atentamente de longe e os seus olhos brilhavam. Entendi que ele queria divertir-se. Quando a senhora terminou o sorvete, apoiou a cabeça sobre o ombro do marido e murmurou enfraquecida: “terminei, comi tudo”. “Façamos de modo que ela coma um outro”, me sussurrou Rol. “Não, pelo amor de Deus, a matas”, o supliquei, mas era tarde, Rol já tinha intervindo, a taça de sorvete da senhora estava de novo misteriosamente cheia. O marido da senhora, depois de escutar a palavra “terminei”, olhou para a taça que não era de maneira alguma vazia, mas cheia e disse para a mulher: “E aquilo?” Ela olhou e embranqueceu. “Quem trouxe outra?”, perguntou com um fio de voz. “É o teu!”, respondeu o marido. “Impossível, eu acabei de terminar”, murmurou ela. “Parece que você não terminou”, disse o homem rindo. A mulher estava desorientada. Olhava-se em torno, pálida. Recomeçou a comer devagar, devagar, com fadiga. Quando finalmente terminou, suspirou em direção ao marido colocando as mãos no estômago: “Não agüento mais”. “De novo, de novo”, repetiu Rol em voz baixa, como se desse uma ordem a uma presença invisível, e a taça de sorvete da senhora apareceu cheia de novo. Dessa vez foi o marido a embranquecer. “Não é possível”, escutei-o murmurar desolado e se olhava ao redor desconfiado. Depois pegou a taça de sorvete e começou a inspecionar atenciosamente. No final disse à mulher: “Esse eu como”. Tomou o sorvete em silêncio. Estava nervoso. Assim que terminou levantou-se, mas Rol velocíssimo já tinha repetido “de novo, de novo” e a taça estava de novo cheia. “Vamos embora, aqui tem alguma coisa de errado”, e puxou a mulher na direção da caixa do restaurante. Rol ria muitíssimo, como uma criança.
«Éramos em Rapallo. Paramos em um mercadinho para comprar algumas frutas. No topo de um monte de umas peras, tinha uma grande, o dobro das outras, amarela como mel. “Que linda”, disse Rol indicando-la. “A senhora pode me dar ela?”, perguntou Rol com uma voz tímida de criança. “Com certeza”, respondeu a senhora. Pegou a pêra e a colocou na balança. Enquanto isso eu olhava o resto do mercado para escolher outras frutas, e depois de alguns minutos, escutei Rol dizendo de novo com aquela voz estranha: “Que pêra linda, a senhora pode me dar ela?”. “Eu já a coloquei na balança”, disse a senhora. “Não, não, ela está ali”, disse Rol. Realmente a pêra grande estava ainda no seu lugar, no alto do monte de pêra. A senhora a pegou e a estava colocando na balança, mas ficou sem palavras, porque a pêra já estava na balança. Olhou na direção do monte de pêra e depois na direção da balança. Balançou a cabeça e disse: “Pensava que tinha só uma grande assim, mas têm duas”. “E aquela, a senhora pode me dar?”, disse de novo Rol indicando o monte. A senhora olhou e a pêra grande e amarela como o mel que estava lá de modo imponente no topo do monte. A vendedora ficou muda e imóvel. Olhava para o monte de peras e depois para a balança. No final pegou a terceira pêra e a colocou do lado das outras duas na balança. “E aquela?”, disse Rol indicando de novo o monte. “Eu queria aquela também”. Eu ria, me divertia muito ver Rol feliz assim, mas entendia também o incômodo da senhora. Aquela mulher estava assustada. Pegou súbito a pêra e a colocou na balança, mas Rol tinha imediatamente indicado uma outra. “Basta”, intervim, cinco peras são suficientes. São tão grandes que não aquentarás comer todas”. E pedi a conta. Mas a vendedora não entendia mas nada, as suas mãos tremiam, estava para desmaiar».
«Fomos convidados a uma casa muito chique. Gente muito conhecida em Turim e também um pouco esnobe. Rol não queria ir, mas fui eu que insisti porque queria muito ter-lo como hóspede. Mas desde o inicio percebi que não era um ambiente onde ele pudesse sentir-se a seu ágio. Excessiva etiqueta, excessiva discrição, excessivo formalismo. Rol era sim muito elegante e refinado, mas também simples e cordial. Percebi que estava nervoso porque batia com os dedos na mesa e falava monossilabamente. De repente sussurrou no meu ouvido: “Mas quanto se bebe nessa casa”. “Fica quieto”, o disse, intuindo que estava para fazer uma das suas. A dona da casa, que tinha percebido que Rol não estava à vontade, procurava conversar, mas ele respondia vagamente. Um pouco depois me disse de novo no ouvido: “Mas quanto se bebe nessa casa”. “Não é verdade”, respondi. “Olha na mesa, não tem nada de alcoólico”. Rol me fulminou com uma das suas terríveis olhadas. Tinha um maço de cartas na mão, se levantou enfurecido da cadeira. “Eu te disse que aqui bebem”, disse forte e jogou as cartas contra a parede. No cômodo vizinho se sentiu um grito. A dona da casa correu, eu fui junto com os outros hóspedes. As cartas que Rol tinha jogado na direção da parede, tinham atravessado a mesma e tinham caído em cima da garçonete que estava sentada no sofá com uma garrafa de vinho na mão e a estava bebendo. Era assustada e chorava. Voltando para a sala, Rol me disse rindo:”Eu tinha te dito que aqui bebiam”. Mas não tinham gostado da cena e pouco depois fomos embora».
«Uma vez Rol enfureceu-se aqui em casa. Ainda estávamos reformando a casa e tinham os pedreiros. Entre eles, um jovem muito competente, mas antipático. Todos sabiam quem era Rol e todos tinham um grande respeito por ele, menos aquele jovem. “Rol é um trapaceiro”, dizia aos seus colegas de trabalho. “Não me maravilha, eu não acredito em nada daquilo que ele faz, é tudo um truque, é uma gozação”. Não sei por qual razão ele fosse tão rancoroso e malvado com Rol, enquanto Rol, ao contrario, tinha por ele uma grande estima e uma viva simpatia. “Como é competente esse rapaz”, dizia, observando enquanto trabalhava. “É um rapaz muito responsável”. Desagradava-me que ele estimasse tanto uma pessoa, que não acreditava nele e um dia lhe disse: “Sim, é competente no seu trabalho, mas ele zomba sempre de ti, não acredita em nada daquilo que tu fazes e fala mal de ti”. Rol não respondeu. Mas as minhas palavras o feriram. Alguns dias depois, veio me fazer uma visita. Quando não viu o jovem pedreiro me perguntou: “Onde está aquele rapaz tão competente?”. “Acho que está trabalhando no andar de baixo, na taverna”, respondi. “Ele sim que é competente e esperto”, disse Rol. “Tu o estimas e ele te zomba”, respondi. “Mas é competente”, insistiu Rol, caminhando nervoso pelo cômodo, depois parou em um ponto preciso, onde estava a cadeira. “Está aqui debaixo dos meus pés”, disse sério. Depois olhando ao redor disse: “Passa-me aquele tijolo que está vizinho a janela”. Peguei o tijolo e o dei. Fixou intensamente o piso e depois jogou com força o tijolo no chão. Sentimos uma pancada e o tijolo desapareceu. Da taverna escutamos um grito. Descemos. O rapaz estava no chão assustado. Do seu lado estava o tijolo que Rol tinha jogado. Ele olhava para o teto de onde o tijolo tinha chegado, não tinha nenhuma marca, nenhum arranhão no reboque da parede. “Podia me matar”, disse o rapaz com raiva, e não quis mas vir trabalhar para nós».
Os dois trechos abaixo foram tirados da revista Chi (21/02/2003) e (28/02/2003), onde o jornalista Renzo Allegri tem uma coluna fixa dedicada ao “mistério”. É só uma continuação dos precedentes, mas que não estão no livro:
«Eu estava na sua casa com algumas amigas. Rol estava um pouco triste, acho que tinha discutido com alguma pessoa a qual era muito afeiçoado. Começou a falar da tristeza das coisas que terminam, das relações que se interrompem, dos amores que terminam. Dizia que pareciam um ramo quebrado, um ramo que restava quase como uma ferida incurável na paisagem. Pegou uma tela virgem, colocada em um papelão fino. Mostrou para mim e para as outras pessoas presentes para que pudéssemos examinar-la e constatar que era virgem. Depois a colocou no cavalete. Diante da tela, em uma mesinha, colocou a aquarela das cores, alguns pincéis, espátula, o vasinho com água, ou seja, tudo aquilo que servia a um pintor. Depois se afastou e nos disse de não nos mover dos nossos lugares. Era meio-dia, portanto, tinha muita luz na sala. Avizinhou-se à cozinha, onde se estava preparando o almoço. Brincava, dizia frases divertidas, perguntava se nós também queríamos tomar sopa. Estava na parte oposta de onde se encontrava o cavalete com a tela. Nós olhávamos ele e a tela. Eu sabia que estava para acontecer alguma coisa de extraordinário, e por isso não deixava de observar nada. Em um certo momento, eis a maravilha. Os pincéis começaram a se moverem sozinhos. Levantavam-se da aquarela, mergulhavam nas cores, na água e voavam para a tela, tinham os típicos movimentos como se estivessem nas mãos de um artista invisível. O trabalho desenvolvia-se frenético, se escutava até o rumor que os pincéis faziam em contato com a tela. Rol ria e continuava a brincar. O fenômeno durou 5, talvez 6 minutos. Depois os pincéis voltaram para os seus lugares, imóveis. O quadro era terminado. Rol disse que podíamos observar bem. Nos levantamos e fomos ver-lo de perto. As cores eram frescas e o quadro refletia o seu raciocínio».
«Uma noite estávamos aqui, com um quadro, onde, no centro de uma paisagem invernal, cheio de neve, se vê a pequena capela de Nossa Senhora de San Segundo. “Gustavo, quem sabe que frio tinha Nossa Senhora naquela neve”, disse. Ele começou a olhar-me fixo, repetindo: “Frio? Frio? Frio? Nossa Senhora não tem frio”. E naquele momento uma língua de fogo saiu do quadro, uma língua que parecia a chama intensa um soldador elétrico. Corri para ver, mas no quadro não tinha restado nenhum sinal».
Enfim, um livro importante que se focaliza nos experimentos é o segundo texto sobre Rol, escrito por Maurizio Ternavasio, intitulado Rol. Esperimenti e testemonianze, editora L’Età dell’Acquario, saído no final de 2003. Ternavasio conduziu uma vasta pesquisa com as pessoas que conheciam Rol, recolhendo um grande número de fenômenos de vários tipos, alguns muito surpreendentes. Propomos aqui uma breve seleção:
[Roberto Sacco] «Surpreendentemente deixava que eu fizesse tudo: ele não manejava nunca as cartas, pelo contrario, estava a uma boa distância, e ainda por cima se tratava sempre de maços novos que os outros abriam. Um dos jogos clamorosos aconteceu quando, tendo as mãos nas costas, Rol me pediu para dizer, em voz alta, a carta que eu tinha escolhido. Quando eu disse, me disse de bater todo o maço contra a mesa, dando uma pancada forte, mas não violenta. E então, se girou exclusivamente a carta que eu tinha dito. A coisa mais surpreendente é que repeti pelo menos umas vinte vezes aquele movimento mudando cada vez o objetivo, e em outras tantas ocasiões sempre e somente vinha fora a carta que eu queria».
«Diante de numerosas pessoas, dissimulando tudo com um pouco de teatro perguntava: “Em que ordem vocês desejam que se organizem?” Qualquer que fosse a resposta, por cor, por naipe, uma girada em um sentido e a seguinte em outro, em ordem crescente ou decrescente, o experimento saia perfeito. E ele, eu repito pela milésima vez, porque era a coisa mais surpreendente e inexplicável, mesmo não tocando nunca as cartas, lhes comandava a rédea curta, as dispunham como queria».
«Um belo dia papai, que tinha uma empresa que se ocupava de projetos, recebeu a agradável visita de Rol, e então chamou o seu empregado de confiança para apresentar-lhe àquele extraordinário personagem. Apenas o chamou, ele se apresentou. O sensitivo iniciou a contar um grande número de episódios relativos à sua vida privada. “Mas como o senhor sabe tudo isso?”, lhe perguntou o colega do meu pai. E Rol, sem turbar-se minimamente, respondeu.: “É simples, o senhor tem no bolso uma folha na qual estão escritas todas as coisas que eu acabei de dizer”. E claro, estava tudo certo».
«Me pediu para escolher uma carta de um maço, depois me disse de fazer-la passa em pé do lado maior ou em pé do lado menor através da espessa superfície de madeira da mesa retangular ao redor da qual estávamos sentados. Fiz o que ele disse: a carta entrava da parte de cima em direção a parte de baixo por três quartos, mas não queira saber de entrar toda. Sob seu convite continuo na minha tentativa sem arruinar-la. “Tenho medo que mais do que assim, não vai”, sussurrou Rol, “tenta ir em baixo da mesa e tira-a dessa posição”. Depois de insistir um pouco, passou completamente através a madeira, fora uma pequena ponta que se rasgou».
[Valério Gentile] [Na casa de um conhecido que queria testar-lo] «... Rol começou a indicar uma série de livros escolhidos por acaso na rica biblioteca da casa, e de cada livro soube dizer as palavras escritas em qualquer página que viesse escolhida».
[Arturo Bergandi] «... Rol me pediu que eu pegasse na sua riquíssima biblioteca um livro a minha escolha, de ler em voz alta uma frase qualquer, de colocar-lo no seu lugar e de colocar a mão no bolso, onde encontrei um bilhete com a sua letra, onde tinha escrito o trecho que eu tinha acabado de ler».
«Estávamos juntos no elevador do apartamento, não lembro se estávamos descendo ou subindo. Em um certo momento me disse: “Bergandone, quer ver como em um minuto eu consigo ficar grande?” Pouco depois tocava com a cabeça a luminária do elevador, depois, em poucos segundos tornava ao normal. Nunca entendi como ele fizesse isso, com certeza não ficava de ponta de pé, até porque se alongava todo de modo estranho, incompreensível».
... Graziella, com o marido Gianni e com Gustavo, estava no restaurante Firenze na Via San Francesco da Paola. «Mas ou menos na metade do jantar, entra uma amiga no restaurante, que antes de andar na sua mesa, para por alguns instantes na nossa. Apenas se afasta, Gianni, brincando, disse: “É uma mulher bonita, mas tem o rosto um pouco eqüino”. Gustavo fez um gesto de concordar, depois começou a escrever no ar com seu lápis, depois pediu ao marido de controlar o guardanapo que tinha no colo; no seu interno tinha escrito a frase ”Tem o rosto um pouco eqüino”. Qual a melhor demonstração de que não pudesse ser nada de premeditado?».
[O jornalista da Stampa Sera Nevio Boni] «Estávamos na casa da pintora Carol Rama. Depois de mostrar aos presentes alguns joguinhos de cartas com os quais de vez em quando me divertia em entreter as crianças, Rol de maneira simpática me jogou a luva como sinal de desafio. “O senhor é muito competente. Mas é capaz de fazer isso também?” E começou a esforçar-se mentalmente de modo em que as cartas do maço, precedentemente embaralhadas por uma terceira pessoa, se organizassem perfeitamente em ordem sem que ele as tocasse. Depois se deixou andar com um desabafo comigo: “Por que Piero Angela tem aversão a mim? Apesar de ter assistido provas extraordinária na minha casa, vai dizendo por ai que atrás de tudo o que eu faço tem sempre um truque”. Depois me contou nos mínimos detalhes como ocorreu aquele famoso encontro: “Me pediu para dar-lhe uma demonstração da leitura a distância: chamou telefonicamente um amigo que estava em Boston, lhe pediu para abrir um livro qualquer, eu li em voz alta o conteúdo de modo que Angela pudesse a sua vez citá-lo para quem estava da outra parte do fio para obter a verificação. Ainda por cima a ligação intercontinental me custou muito caro”, comentou achando um motivo de alegria no meio de tanta amargura, para depois acrescentar: “Quem sabe que cara terá feito Angela, quando voltou para casa, e descobriu que todas as cartas do maço que ele tinha no bolso tinham a minha assinatura, assim como os cheques do talão que ele tinha na carteira”».
[Maria Vittoria Trio, campeã italiana de salto a distância] «Uma tarde me recebeu com um avental de pintor, enquanto estava terminando uma tela onde tinha pintado um vaso de flores cujas pétalas caiam sobre a mesa, depois me chamou para sentar ao seu lado. Gustavo, de fato, evitava com cuidado ter sempre hóspedes para que estes não se sentissem condicionados ou sugestionados dos seus olhos penetrantes. “Tem alguma coisa na pintura que não convence”. “Você não acha que aquela pétala tem uma sombra pouco real?” “O que você acharia se fizéssemos uma pequena modificação?”. “Talvez você tenha razão”, lhe respondi. “Ainda que se eu não sou a pessoa mais indicada para dar uma opinião a propósito disso”. O cavalete com o relativo porta-pincel se encontrava a mais ou menos a dois metros de distância, pouco distante da janela. Em um certo ponto, em plena luz do sol que iluminava o ateliê, vi o pincel levantar-se e fazer a modificação cuja Gustavo tinha esboçado. Ainda agora, contando aquele episodio, me arrepio. Alem disso, sempre fui uma pessoa racional, destaca e de caráter muito desconfiado. O que Rol fazia, me fazia vir calafrios: depois de ter assistido fenômenos como aquele, eu não era mais absolutamente capaz de manter uma conversa. Escutava e basta, respondia com monossílabas, permanecia ao longo transtornada, quase nervosa daquilo que eu tinha visto acontecer debaixo dos meus olhos incrédulos».
[Giovanna Demeglio] «Aquilo cujo eu fui testemunha aconteceu em mais de uma ocasião, seja na sua casa, seja na minha loja de Via Goito... Depois de apoiar-lo em algum lugar, Gustavo pediu a minha opinião sobre o quadro cujo ele estava trabalhando naquele momento. Então podia acontecer que, com muita gentileza sugerisse alguma modificação, sem muita importância, depois continuávamos a fala um pouco de tudo permanecendo bem longe da tela. Quando o encontro chegou ao fim, reaproximando-me ao quadro percebi que o mesmo tinha se modificado sozinho de acordo com as modificações que eu tinha dito pouco antes».
[R:S] «Estávamos observando um quadro o qual tinha desenhado um vaso de rosas, Gustavo estava sentado a alguns metros de distância do cavalete. Em um certo momento todos nós percebemos que o pincel se movia sozinho e estava indo acrescentar na tela alguns particulares importantes».
«Em um certo momento, sem que Rol tivesse dito ou feito alguma coisa, vi com absoluta certeza uma rolha viajar no ar da cozinha até a sala, onde estávamos reunidos: restamos todos, atônitos literalmente falando».
[Carla Rolli Casalengno] «No seu apartamento, além de mim, estavam presentes outras pessoas que eu não lembro. Depois de ter nos entretido por um pouco com as cartas, disse abertamente que queria dedicar-se à pintura. “Agora, em quinze minutos tento pintar um quadro”. A penumbra estava iluminada com uma pequena luz, nós estávamos ao seu lado, a pelo menos dois metros do cavalete sobre o qual estava apoiada a tela virgem. Gustavo, como maestro de orquestra, agitava delicadamente a mão direita no ar, enquanto isso, o pincel se movia sozinho deixando rastros coloridos na tela. Pouco depois apareceu uma pintura de rosas, as suas rosas».
[Pasquale Pisapia confeiteiro] «Vizinho à varanda tinha um rapaz que estava com o relógio de pulso na mão, e ele, estando-lhe a uma certa distância, fez de modo em que o relógio desaparecesse de repente, depois disse ao rapaz de revistar com uma colher o açucareiro. O rapaz, branco como um fantasma, sem dizer uma palavra encontrou-o no fundo, em baixo de uma grossa camada de açúcar».
[Chiara Barbieri no restaurante] «Eu estava sentada ao seu lado, Gustavo tinha na sua frente um prato de salada, lhe faltava os condimentos: estalou os dedos de maneira discreta e pouco rumorosa, um minuto depois vi um saleiro mover-se no ar e chegar na nossa mesa».
«Estava sentado na costumeira mesa do restaurante, na minha posição eu via Rol de perfil. Em um certo momento fez passar o membro superior através da parede: de uma parte se via mão e antebraço até a altura do cotovelo, da outra parte o braço e todo o resto».
[Delfina Fasano ex cantora] «Éramos cinco ou seis no apartamento da minha irmã Dina, no Corso Rafaello, sentados em uma extremidade da grande mesa oval. Na metade do experimento com as cartas, Gustavo me disse: “Pegues uma carta qualquer e coloque-a onde quiseres”. A escolhi, me levantei e a coloquei atrás do vaso que fica do outro lado da sala, a pelo menos oito, nove metros de nós. Depois de alguns instantes, aquela carta, voando no ar, voltou para a mesa».
Em 10 abril de 1980, a pedido de Rol, Giovanni Sesia telefonou a Tullio Regge, candidato ao premio Nobel de física, para convidar-lo para um encontro na companhia do sensitivo. Mesmo continuando a declarar-se cético em relação aos poderes de Rol, Regge lhe tinha contado um significativo caso de vidência que Sesia atenciosamente escreveu e [que Regge] nos expõem: «Se antes lhe disse que na minha opinião Rol usava truques, devo citar-los um episodio que me surpreendeu. Em 1944 um oficial da Armi fazia ia e vinha entre os partigianos e os aliados que residiam na Suíça, e se encontrava em Zermatt com um certo Alan Dulles. Quando atravessava o Plateau Rosa cobria o rosto para não bronzear-se, em quanto um bronzeado excessivo poderia parecer suspeito para os alemães e podia custar o fuzilamento. Uma noite esse oficial estava jantando no Vale d’Aosta com outras pessoas. Ninguém sabia nada da sua atividade, que por motivos óbvios, era secreta. Em um certo momento Rol começou a dizer: “Tu não falas, mas eu te vejo em perigo. Vejo-te em uma igreja. Naquela igreja tem a morte”. Efetivamente, no dia seguinte o oficial tinha um encontro na igreja de San Filippo com os membros do comitê de liberação nacional. Não foi ao encontro e teve assim a vida salva. Todos os outros foram presos e fuzilados no Martinetto. Aqui está um homem que crê em Rol cegamente».
[Giovanni Paladin artesão] «Um dia Rol veio à loja, pegou um pedaço de moldura longa uns sete, oito centímetros e disse ao empregado que estava na sala mais longe daquela na qual estávamos para ter cuidado, porque lhe faria chegar a moldura que ele tinha nas mãos. Assim fez, jogando com força naquela direção o pedaço de moldura que desapareceu misteriosamente sem fazer barulho. Fui súbito na outra sala, e vi no chão o que ele tinha jogado um pouco antes».
[Vittoria Storero] «Em uma ocasião, na penumbra, vi nitidamente o pincel mover-se sozinho próximo a tela, enquanto Gustavo estava a três, quatro metros de distância. Em uma outra ocasião não pude evitar de gritar. Um detalhe: meu marido, pelo menos no inicio, era desconfiado, e não amava participar das reuniões nas quais Rol fazia os seus experimentos. Aquela vez, quase como sinal de desafio, Gustavo lhe disse: “Agora tento duplicar-te, de modo que tu possas ver teu sósia”. Estávamos no seu escritório, em parte iluminado por alguns raios de luz. Em um certo momento, percebi que uma cabeça igual aquela do meu marido se movia nas paredes, como se fosse uma mascara desprovida do corpo que a apoiasse. Gritei para acender a luz, assim foi, e o rosto desapareceu. Sou absolutamente segura de que não se tratou de uma alucinação, até porque meu marido, que naquela noite não conseguiu dormir, viu a mesma coisa que eu vi. Depois ele disse que no momento no qual o seu rosto se dissipou sentiu uma espécie de trauma, como quando se recebe um forte tapa no rosto».
[G.M.] «Devia ser 1993, eu tinha apenas me transferido para Turim por motivo de trabalho. Uma sexta-feira de noite, em pleno inverno, meu pai e eu fomos convidados para uma pequena festa que acontecia em um amplo e elegante apartamento do bairro Crocetta. As mais ou menos vinte pessoas presentes, todas bem mais velhas do que eu, faziam uma roda em torno a um senhor de uma certa idade muito alto e muito distinto que tinha o aspecto de um importante diretor de empresa. Alguém o chamava maestro, muitos davam atenção só para ele. Sentei-me sozinho em um sofá para beber alguma coisa, aquele individuo parou diante de mim, em um pequeno sofá que estava a alguns metros de distância e começou a olhar-me. Pisquei os olhos e ele sumiu: estava em pé, no ângulo oposto da grande sala. Alguns segundo depois, tempo de entreabrir por um momento os olhos, se encontrava novamente ali, na minha frente, sentado no mesmo sofá. Assustei-me, pensei que sofria de alucinações ou de ter bebido alguma coisa que me tinha feito mal, na verdade sou abstêmio e se tratava de uma simples coca-cola com uma fatia de limão. Levantei-me, cumprimentei meu pai e o dono do apartamento, e preferi voltar para casa com muita pressa. Somente algum tempo depois entendi quem era aquele tipo estranho».
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